quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote da Mancha - Miguel de Cervantes




Na região da mancha vivia um fidalgo de seus mais de 50 anos junto a uma sobrinha e sua ama. Como todo bom fidalgo, Alonso Quijana não tinha nada para fazer e passava seu tempo a ler novelas de cavalaria. De tanto ler o pobre homem acabou perdendo o juízo e imaginando que podia ser um cavaleiro andante como o dos livros, pegou uma armadura velha, improvisou um capacete, autodenominou-se Dom Quixote e buscando um velho cavalo, ao qual deu o nome de Rocinante, fugiu de casa para viver suas aventuras.
Nessa primeira empreitada, fez com que um estalajadeiro (que ele imaginava um senhor de castelo) o sagrasse cavaleiro. Esse estalajadeiro conseguiu, depois de muita confusão  convencer Quixote a voltar para casa, pois um cavaleiro precisava primeiro de um escudeiro e de algum dinheiro. Convencido disso, Dom Quixote resolve voltar, mas nessa volta acaba entrando em outra confusão e consegue chegar em casa todo quebrado.

A sobrinha e a ama chamam o Cura e o Barbeiro, amigos de Alonso, e explicam que o pobre fidalgo enlouqueceu de tanto ler livros de cavalaria e todos resolvem fazer uma limpa na biblioteca, queimar a maioria dos livros que eles achavam má influencia para Alonso e proibi-lo de entrar na biblioteca. Contudo esse trabalho não devolve a sanidade a Dom Quixote, que depois de convidar um amigo lavrador, Sancho Pança, para ser seu escudeiro, foge uma segunda vez de casa. E assim começam as aventuras de Dom Quixote, onde sua primeira missão foi lutar contra moinhos de vento que ele via como gigantes malvados e aterradores. Dom Quixote inventa também uma dama por quem lutar e viver tantas peripécias, Ducinéia do Toboso, afinal um cavaleiro obrigatoriamente precisa de uma musa inspiradora. Durante as andanças de Dom Quixote, outras histórias permearão o romance, a do quarteto Cardênio, Dorotéia, Dom Fernando e Lucinda, a história do Cativo e da Zoraide, do Grisóstomo e da Marcela e de Dom Luís e Dona Clara.
Haverá ainda uma terceira fuga de casa de Dom Quixote e Sancho Pança. Cervantes escreveu a primeira parte do romance com as duas primeiras fugas, em 1605. Dez anos depois, em 1615, ele escreve a parte final do romance, onde conta quando Quixote fica sabendo que alguém escreveu um livro sobre suas aventuras.

Todo livro é muito engraçado e uma paródia as novelas de cavalaria que na época eram os best-sellers do momento. Cervantes critica a forma sem noção dos escritores de seu tempo, que escrevem histórias totalmente inverossímeis, com situações descabidas e fantasiosas demais, onde um único homem enfrenta exércitos inteiros, gigantes e dragões e sai ileso de todas as aventuras. Discute-se se o leitor teria a percepção para diferenciar o real do fictício, pois muitas pessoas acreditavam em cada palavra escrita nesses livros fantasiosos. Cervantes foi considerado o precursor do romance moderno.
Eu gosto muito da história de Dom Quixote, a primeira vez que li foi uma adaptação feita por Orígenes Lessa em 1991 e depois uma releitura do mesmo livro em 2001. Essa é a primeira vez que leio uma versão integral do livro, porém fiquei um pouco decepcionada por não encontrar a terceira parte do romance, na edição da Clássicos da Abril só tem o primeiro livro escrito em 1605. Porém valeu muito a leitura, pois há muito mais detalhes a conhecer. Felizmente conheço a parte final da obra por conta das adaptações lidas anteriormente que traziam também a história (adaptada) escrita em 1615.


Em muitos momentos apesar das cenas hilárias, senti pena do pobre Dom Quixote. Fico impressionada com a capacidade das pessoas de escarnecer e fazer brincadeiras com o pobre maluco. Creio que elas deveriam ter um pouco mais de respeito com um senhor, que perdeu o juízo, mas que tinha somente boas intenções. O correto seria tentar trazê-lo a sanidade, mas acham mais divertido tirar proveito da loucura do homem. Dom Quixote apanha muito nessas andanças, a ponto de ficar todo quebrado, mas em pouco tempo entra em  nova confusão, parece até desenho animado. Apesar de seus 400 anos continua sendo uma história adorável de se ler, muito criativa e engraçada.


Outras resenhas e vídeos:


Canal jhowsz - video


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